Final Fantasy. O que falar dessa franquia que já não tenha sido dito?
Em 1987, quando a empresa Square estava quase falindo, surgiu a ideia de lançar o primeiro jogo da série, que foi um sucesso. A partir daí, foi tomada a decisão de se criar novos jogos e dar sequência ao primeiro. É importante ressaltar que, embora sejam sequências, cada história é independente, com seus próprios personagens e mundos. É uma franquia adorada por muitos e uma de suas maiores criações está ganhando um remake. Mas não é disso que eu quero falar; quero falar do original, aquele que todo mundo que jogou, carrega no coração e tem muitas lembranças. Eu, que conheci essa obra espetacular em 2003, ainda tenho o meu memory card com os meus saves.
Essa resenha não tem o intuito de entregar qualquer parte crucial da história, apenas o essencial para quem quiser conhecer o jogo antes de o remake sair. Você pode jogar o original e ter uma experiência única ou esperar até abril pelo remake.
Final Fantasy VII é produzido por Hironobu Sakaguchi, dirigido por Yoshinori Kitase e com o excêntrico Tetsuya Nomura fazendo o design de personagens. Lançado pela Squaresoft no dia 31 de janeiro de 1997, foi o jogo que mudou a história dos JRPGs e redefiniu o videogame e a forma de apresentar uma história e seus personagens. Até hoje é aclamado como um dos melhores jogos de RPG que já foram feitos.
Mas vamos ao que interessa, o jogo!
A história se passa no mundo de Gaia, que é controlado pela monstruosa companhia de energia Shinra. A empresa utiliza uma energia diferenciada, que provém do planeta, chamada de Mako, que é a energia vital do planeta; um rio que passa pelas profundezas e carrega em si toda a essência da vida. Tudo e todos aqueles que perecem, retornam ao Lifestream, para dar continuidade a este ciclo.
Partindo dessa premissa, a história começa com um ataque a um dos reatores que sugam energia do planeta na cidade de Midgar, a maior megalópole de Gaia. Um trem chega com passageiros do grupo Avalanche, uma organização que pretende derrubar o império da Shinra, e conta com um líder muito convicto, Barret Wallace, acompanhado do nosso protagonista, Cloud e mais três integrantes: Jessie, Biggs e Wedge.
O protagonista é um ex-Soldier de primeira classe, que é uma categoria de soldados que tiveram Mako injetado em suas veias e se tornaram supersoldados para servir a Shinra.
Cloud é um personagem enigmático com falas bruscas, uma personalidade séria, tiradas ácidas e um passado obscuro a ser descoberto.
Seguindo com a missão, Cloud e a Avalanche destroem o reator e então se deparam com o desastre que causaram; pessoas morreram e uma parte da cidade foi destruída. Cabe agora à Avalanche encarar as consequências de seus atos perante o império da companhia, que por ganância, quer destruir o planeta.
Essa é apenas uma pequena parcela da história desse grande jogo que pode ter até 40/50 horas de duração. Com muitas reviravoltas, muitos momentos de reflexão, ação e uma mensagem ecológica belíssima contra um corporativismo bizarro e opressivo.
A trilha sonora é impecável. Estamos falando de um jogo de 1997: por limitações tecnológicas não tínhamos acesso a simulações de instrumentos reais, mas a melodias tocadas pelos sintetizadores que o Playstation podia gerar na época são de arrepiar e fazer chorar. Entre as minhas favoritas estão: Tifa’s Theme, Cosmo Canyon Theme, Aerith’s Theme, Bombing Mission, The Lifestream e a clássica One Winged Angel.
Vale lembrar que o jogo não é dublado, é todo em texto. O gráficos de então só permitiam personagens em formato mais simples, deixando por conta da trilha sonora entregar todo o sentimento do jogo junto ao estímulo visual gerado pela tecnologia da época. Os gráficos podem parecer bobos, mas dão um tom mais leve para a trama que é muito pesada, contando com uma pegada de humor sensacional e muito bem colocada em diferentes momentos.
Por mais que Final Fantasy VII seja um jogo dos anos 90, continua a ter repercussão mundial muito grande. Com o grande sucesso obtido, a Square decidiu produzir um filme dando continuação à história, Final Fantasy VII: Advent Children. Recomendo assisti-lo depois de ter jogado a obra principal por questões de spoiler e entendimento da trama. Existem livros com mais detalhes sobre certos acontecimentos, personagens e toda uma “lore” em volta de Gaia.
Um último adendo sobre a história do jogo: a ideia da energia do planeta foi inspirada na teoria de Gaia, desenvolvida pelo ambientalista James Lovelock, autor que estudei durante a minha graduação em Geografia. Ele escreveu diferentes livros e artigos retratando o problema da poluição e do aquecimento global, fazendo previsões sobre essas questões que são tão presentes em nosso planeta hoje. Vale dizer que uma das personagens do game, Tifa Lockheart, teve o nome inspirado no cientista.
Final Fantasy VII não é apenas entretenimento, é uma experiência única, com mensagens universais, atuais e muito reais. Para todos os fãs de games e RPG é um prato cheio; para os que não conhecem e desejam conhecer, uma aventura inesquecível!
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