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FINAL FANTASY VII REMAKE – O retorno de um clássico dos JRPGs!

No dia 10 de Abril o tão aguardado Final Fantasy VII Remake chegou para o PS4! Como fã de carteirinha do jogo, estava eu à meia-noite de quinta-feira esperando o download concluir e então começar a jornada por Midgar, a icônica metrópole steampunk de Gaia, planeta onde se passa a história do aclamado game.

Belíssima logo criada por Yoshitaka Amano, designer de arte do game original e de vários outros da franquia.
Belíssima logo criada por Yoshitaka Amano, designer de arte do game original e de vários outros da franquia.

Foram mais de 10 anos aguardando esse momento e finalmente poder viver a experiência de ver um game tão importante, porém antigo (1997), nos moldes gráficos de hoje em dia é de tirar o folego. Quem é mais íntimo sabe que eu acompanho esse jogo desde 2004/2005, quando o filme Advent Children foi lançado, época em que conheci a franquia e me apaixonei pelos JPRGs. Desde então já se especulava um Remake da obra original.

E agora vamos adentrar o mundo do Remake. Se você não jogou, recomendo que primeiro vá jogar pois entraremos em alguns spoilers, você foi avisado! Para os que não tem acesso ao game, assistam a um gameplay e então vamos para o que interessa!

Icônica imagem de Cloud Strife encarando o gigantesco prédio da Shinra Inc.
Icônica imagem de Cloud Strife encarando o gigantesco prédio da Shinra Inc.

Final Fantasy VII Remake abre com uma cena já vista nos trailers do game no decorrer do ano passado para esse ano: um céu nebuloso, uma pequena ave sobrevoando as nuvens até chegar aos arranha-céus da cidade movida a Mako (energia retirada da força vital do planeta chamada de Lifestream), Midgar. Após um breve “tour” cinematográfico pelas ruas da enorme cidade o jogo aponta para um dos reatores Mako que alimentam a cidade, o reator emite uma luz que nos mostra as estrelas marcando a clássica abertura do jogo original. Daí para frente é quase que um quadro a quadro da cena do game de 1997, a música, o clima, Aerith (personagem).

Após umas lágrimas derramadas pela bela cena de abertura você então assume o controle do mercenário Cloud Strife que acompanha o grupo AVALANCHE, uma organização eco terrorista que quer destruir o império da Shinra, uma empresa de energia que visa somente o lucro e o poder. Esse primeiro capítulo do jogo é praticamente idêntico ao original e foi bem destrinchado na nossa matéria sobre a Demo deste Remake.

O segundo capítulo é onde as novidades começam a aparecer. Na antiga obra bastava passar por duas ruas e Cloud era surpreendido por soldados da Shinra, obrigando o protagonista a então fugir de cena e pular em um trem que passava no momento. No Remake você anda pelas vastas ruas da cidade, enfrentando soldados e passando pelos escombros que foram resultado da explosão do reator. Num determinado momento você encontra com Aerith, uma gentil vendedora de flores que parece estar sendo atormentada por alguma coisa. Ao se aproximar da moça, Cloud então é surpreendido pelos seres chamados de Arbiters Of Fate/Whispers (Murmúrios), que estavam assombrando a jovem. Esta é a primeira grande e significativa mudança na narrativa do jogo, são entidades que parecem trazer uma pitada de mistério para o futuro da história do game. Durante a cena, Aerith deixa uma de suas clássicas flores amarelas (desculpem, não sou da área de botânica) com Cloud e então os dois se separam e o nosso mercenário de cabelo espetado volta para o QG da AVALANCHE.



Esse já é o terceiro capitulo e é aqui onde você se reencontra com a amiga de infância de Cloud, Tifa Lockhart (minha personagem favorita). Aqui o Remake mostra para o que veio, você começa a andar pelas vielas da favela do Setor 7 (local que se encontra abaixo da cidade principal onde as pessoas mais pobres vivem) e ver como a equipe de desenvolvimento caprichou em mostrar o quão grande Midgar é, tanto na parte superior quanto na inferior. Neste capitulo o jogador pode fazer várias missões secundárias e explorar a favela do setor de cabo a rabo.

Daí para frente o Remake entrega uma profundidade interessante para os personagens da AVALANCHE (Jessie, Biggs e Wedge), para os personagens principais, entre outras adições. A história segue bem fiel, com pequenas mudanças aqui e lá. A coisa só realmente muda perto das últimas horas do jogo, devo relembrar novamente que entraremos em spoilers, então se prepare!

Durante o desenrolar da trama, os Arbiters of Fate são finalmente explicados pelos personagens como entidades que estão ali para fazer a história seguir o seu rumo como a do original. Porém, em um determinado momento, próximo do fim da jornada com a aparição de Sephiroth (o misterioso vilão), as entidades são derrotadas pelos nossos personagens e então o futuro da série fica em aberto, indicando diferentes linhas de tempo e até mesmo diferentes dimensões, o que é uma marca registrada do cabeça do projeto, Tetsuya Nomura. A serie Kingdom Hearts é famosa por ter uma história cheia de reviravoltas e com uma trama bem intrincada, pelo que parece Nomura quer introduzir estes elementos na história do Remake de Final Fantasy VII, assim como fizera em Kingdom Hearts.

Como fã da trama original, ao terminar o Remake, fiquei com um pouco de receio de como toda essa complexidade pode alterar determinados acontecimentos, desenvolvimentos de determinados personagens, desenrolares de partes cruciais etc. Estou torcendo muito para que a próxima parte traga caminhos menos nebulosos e claros a respeito de todos os personagens e suas respectivas ações ao decorrer de toda a obra. É difícil separar certas coisas, mas é bom lembrar que essa versão é completamente desmembrada da versão antiga e suas adições, como o filme e diferentes jogos de plataformas distintas. O Remake usa elementos dessas outras obras e da obra original para criar algo novo, mas ainda nostálgico. Novamente, minha única preocupação é como eles irão lidar com a morte de certos personagens, tendo como base que alguns personagens que eram para ter encerrado seu arco nessa primeira parte do jogo parecem seguir com vida para a próxima parte. Só nos resta torcer para que os roteiristas caprichem para que todos os fãs saiam ganhando, tanto aqueles que procuram uma experiência completamente nova e para os que procuram a nostalgia.

Algumas considerações finais antes de fecharmos essa review: a cinematografia está digna de um filme, a imersão é fantástica, mesmo tendo alguns pequenos defeitos aqui e ali em certas partes do cenário, o jogo não deixa a peteca cair. Acredito que muitos desses pequenos detalhes serão corrigidos em futuros downloads de reparo. A trilha sonora mexe com os sentimentos de qualquer um, resgatando as melodias originais compostas pelo grande Nobuo Uematsu, que conta com uma equipe excelente e está dando uma nova cara para as músicas, com diferentes versões que variam de acordo com o momento e o local por onde Cloud e seus companheiros passam. Por falar nos personagens, as animações e o carinho que foi dado para as expressões faciais e corporais é absurdamente belo, o que casa muito bem com a dublagem que foi entregue de forma igual! Parabéns aos dubladores!

Final Fantasy VII Remake entrega uma experiência nostálgica com muitas novidades e um futuro curioso, só cabe agora aguardarmos as próximas partes e celebrarmos esse grande clássico e sua nova versão, jogue se puder, confira gameplays ou se tiver a oportunidade de jogar na casa de algum amigo, não deixe de viver essa experiência: é única!

Vista belíssima de uma autoestrada de Midgar e os personagens olhando para o horizonte e o futuro desconhecido que os aguarda!
Vista belíssima de uma autoestrada de Midgar e os personagens olhando para o horizonte e o futuro desconhecido que os aguarda!
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Eloisio Michalski Abreu

Músico e baixista da banda Scream Weaver. Quando não está no palco ou em estúdio, se mistura aos mortais com sua identidade secreta de professor de Inglês e Geografia. Leitor assíduo, é apaixonado por J.R.R Tolkien, Edgar Allan Poe, Neil Peart, Richard Bach, Friedrich Nietzsche, Stephen Hawking, H.P Lovecraft, J.K Rowling, Neil Gailman, Charles Baudelaire e pelos mangakas Mokona, Nanase Ohkawa, Kamome Shirahama, Kentaro Miura, Hiromu Arakawa, Daisuke Igarashi, One e Kaiu Shirai, fora outros que vc vai conhecer nos posts deste blog. Seu lado gamer não vive sem Final Fantasy e Dark Souls, muito inspirado pelos compositores das trilhas e roteiristas das histórias desses games. Se alimenta diariamente de Black Sabbath e do Rush, suas duas bandas favoritas, sem deixar de degustar altas doses de Iron Maiden, Ghost, Slipknot, Foo Fighters, Mastodon, Him entre outras bandas.

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