Fechar

Kalciferum – Onde tem Demônios, Bruxas e uma aventura sinistra!

Saudações meu povo quarentenado comendo miojo todo dia! Já era pra eu ter escrito algo pra cá faz tempo, acontece que eu não escrevia nada tem uns bons 2 anos, então estava mais que enferrujado. Perdoem meus deslizes e vírgulas fora do lugar, porque vão acontecer.

Mas então… Tanto tempo assim sem escrever, o que me acordou? Fora a obrigação, já que dei a ideia do blog e ainda não tinha contribuído, foi ter terminado essa leitura (e a inspiração que veio numa madrugada insone, patrocinada por Quarentena™ ). Que livro “fantárdigo”!

Eu já conhecia o livro, afinal de contas, desde o segundo semestre do ano passado estou embrenhado numa sinistríssima, cabulosíssima, capirotíssima maratona de Mundo Freak Confidencial, meu podcast favorito atualmente! Se eu tivesse começado desde o início do ano passado, teria reconhecido o Andrei Fernandes e a Ira Croft no encontro de Podcasts que participamos na UFRJ! Me sinto um tapado por ter perdido essa oportunidade -_-‘ Mas haverão de haver outras!

Voltando. Na época que estava sendo lançado o livro, fizeram um teaser com o Marcos Keller lendo um trecho, com toda uma edição de áudio soturna, que ficou bem foda! (Inclusive, devia ter audiobook) Só isso já tinha me convencido da história e da escrita do Andrei, mas eis que nas primeiras páginas do livro ele agradece ao “Professor Eduardo Spohr”. Aí meu hype foi lá em cima! Gosto pra cacete dos livros do Spohr, algum dia quem sabe escrevo sobre eles aqui, e se Andrei era pupilo dele, esperava grandes coisas do livro.

E recebi.

O livro conta a história de Rafael (não Jacaúna), um rapaz que mora só com um gato em São Paulo, está vivendo as últimas semanas de seu seguro-desemprego, não consegue arrumar um trabalho e está nesse marasmo há meses. Nesse período muda-se para seu prédio sua nova vizinha, Ariane, que lhe pede um pouco de açúcar, e vendo a cara abatida de Rafael, que, com certeza, não está em seus melhores dias (“meses, talvez anos”), lhe oferece uma consulta, para ver o que há de errado e dar conselhos sobre o futuro. A garota joga Tarô.

Carta de Tarô Kalciferum O Diabo O rapaz passa longe de ser do time dos Believers, é cético até que se prove o contrário, mas ainda assim aceita a consulta, mal não ia fazer. Suas primeiras cartas, Carro invertido e Torre, falam de seu passado, de uma escolha ruim, provavelmente a pior decisão que ele tomou. Já as últimas cartas falam de uma sugestão para o futuro, a primeira foi a Roda da Fortuna, já a última foi a figura do Diabo. (Pan pan paaaaaaaaan!) Ficamos sem uma interpretação clara dessas cartas, apenas sabemos que algo grande aguarda o futuro de Rafael, positivo ou negativo, a gente não sabe ainda.

Mesmo sem uma resposta sobre isso, a vida continua para nosso desempregado. Ele continua mandando currículo, continua recebendo ligações em quem ninguém fala nada, continua arrumando a casa, continua olhando pela sacada de seu apartamento para uma pequena praça, vendo seus frequentadores comuns, o vendedor de churros, o cara que parece um mafioso observador, as crianças saindo das escolas. E continua não conseguindo um emprego, mesmo depois de passar em uma entrevista para qual era definitivamente qualificado demais.

A sorte sorri para Rafael quando um primo distante, que ele nem lembrava da existência, lhe oferece um trabalho em outra cidade. Ele diz que dará uma resposta até o final de semana, mas nesse meio tempo, recebe mais uma ligação, dessa vez de uma grande empresa, o convocando para uma entrevista na próxima segunda. Rafael tem que fazer uma escolha, entre a estabilidade financeira junto à família que ele mal lembra ou se arriscar em conseguir um novo emprego e permanecer na sua cidade.

Essa escolha faz com que Rafael conheça Cal, um estagiário que está sempre com um moletom vermelho, fones de ouvido, camiseta de banda e sorriso sarcástico, com quem devido às circunstâncias, terá que trabalhar junto. Mas Cal esconde um segredo, as condições para que os dois trabalhem juntos também, segredos nada “mundanos” e isso levará Rafael a conhecer um lado do mundo que ele jamais sonhou (ou teve pesadelos) em existir.

O livro é uma fantástika aventura, uma fantasia urbana repleta de referências a mitos, sociedades discretas, ocultismo e, por que não, cultura pop! Andrei soube dosar muito bem momentos de humor e tensão, as explicações não tratam o leitor como burro, são bem colocadas, e o principal de tudo, você consegue se ligar aos personagens, ainda que seja uma leitura muito rápida!

Quando cheguei na parte em que fizeram o teaser, não consegui ler sem ouvir a voz e interpretação do Keller, que deu todo um ar diferente pra cena, de novo, ficou foda!

Gostei das mudanças de plot, funcionando quase como sidequests de RPG, mas que ainda sim não se desfoca da história principal — e que tenho quase certeza que devem se tornar importantes pro futuro da série. Foi bem trabalhado, não foi superficial, mas sim de uma profundidade suficiente para contar esse arco sem ficarmos perdidos, e ainda sentir algo pelos personagens que são apresentados pra esse momento, nem que seja raiva!

O livro realmente te transporta para seu mundo, você acredita em suas regras, acredita em seus personagens, e quase dá vontade de fazer parte dele, mas só quase. Ninguém quer mãos saindo do bueiro pra te pegar, né Georgie?

Kalciferum – Demônios, Bruxas e Vagantes tem tudo para agradar qualquer fã de fantasia urbana. Leitura rápida, gostosa e que te deixa com vontade de ler a sequência. Tem demônios, bruxas, youkais, fantasmas, capirotagens mil, tem até elder ones (Iä! Iä! Cthulhu Fhtagn!). E se você fizer umas boas comparações, vai achar umas referências otacredas (certeza que tem uma Yukina na história). Esse livro tá mais que recomendado! Devorem-no e depois venham cá pra gente trocar figurinha. Eu já tô voando pra sequência, O Martelo das Feiticeiras!

Calcifer Demonio do fogo Castelo Animado
Calcifer é um demônio, mas não é Kalciferum!

Ah! E tem a melhor parte! Com toda essa quarentena, o Andrei, junto com a Penumbra Livros, liberaram os e-books DE GRAÇA na Amazon! É isso mesmo que você ouviu (leu), DE GRÁTIS, FREE, ZEROOITOCENTOS! Tanto o Kalciferum, quanto o Martelo das Feiticeiras estão disponíveis nos links abaixo.

E se você não tem kindle, não tem problema, é só baixar o app, tem pra PC e celular! Então não tem desculpa, aproveitem que estão se isolando e façam um passeio imaginário por uma São Paulo Fantástika!

P.S. Agora é torcer para que o Andrei não se torne um autor gordinho, barbudo, de chapéu, que enrola e não termina sua coleção de livros!

svg 10 min de leitura

Marcus Freze

Marcus Freze tem uns parafusos soltos. Estudante de Design Industrial, artesão, standista de Feiras Medievais, formado em prótese dentária, atualmente estudando marcenaria. Já fez capoeira, Tae Kwon Do, Parkour, mas agora é um legítimo sedentário, que de vez em quando tenta escalar. Ávido leitor, adora fantasia, terror, suspense e ficção, e isso extrapola pra filmes, séries. Também consome sem moderação mangás e animes, e sempre que pode, está jogando alguma coisa no PC ou no DS. Se tiver mesa de RPG, só chamar! Tem ideias mirabolantes, mas que normalmente ficam só em sua cabeça hiperativa. De vez em quando faz uns rabiscos e umas gambiarras, mas quer mesmo é criar móveis diferentes e se mandar pra longínquas terras geladas.

Deixe um comentário

Nossos parceiros
Orgulhosamente hospedado por Hostnet
Inscreva-se e Siga
Mais vistos
Pular para o conteúdo